Podia esquecer tudo o que me disseste, ouvir
o canto do pássaro que passou nesta sala,
respirar o perfume do jardim que entra pela
janela, olhar para fora de mim, para aquilo
a que chamam o mundo. No entanto, o que
tenho pela frente são as lembranças que
procurei esquecer, a imagem de que não me
libertarei, a voz que ecoa na minha
memória, dizendo o nome tantas vezes
murmurado. E encosto-me a este instante,
contando o tempo que falta para que a
luz desapareça, e a noite me traga
o silêncio de onde nascem os sonhos.
Nuno Júdice
1 comentário:
A caneta de Nuno Júdice, que calça aparo com ponta de ouro, voltou a escrever um tudo de muito bom !!!...
Beijo Conde
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