SEM MUROS NEM AMOS
Tinhas um nome secreto
para acordar os pássaros
mas deixavas cair um sinal
muito antes dos barcos ancorarem
lá onde costumo pegar ao colo
os poemas e partias
No domínio dos silêncios interditos
desvendavam-se as escarpas
quando florias sem muros nem amos
no chão do Inverno
lá onde desmorono as arestas das palavras
só para te ver chegar e partir
tão secreta que nem eu sei
como envelhecemos assim
inscritos na rasgada escarpa
onde demorados
ainda hoje
dormem os pássaros
eurázio filipe
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