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terça-feira, 12 de abril de 2022

.............. Além...

 

Além, bem além da pandemia

 


São estes dias longos, isolados, sem começo nem fim. Como se fossem fios de borrachas esticados em que não sei que dia é ou que horas são, que os recebo em oração. Neles escuto atento todas as canções que embalaram o nosso amor nas mudanças de estações. Sei que a pandemia é um grande mal, um tempo de dor, doença e morte, porém, embora a muitos não conforte, assuste, amedronte, não é o meu caso. Olho o mundo pela janela, uso a máscara como se fosse uma tela provisória, um desconforto passageiro.  O que, agora, nos maltrata como uma recordação da fragilidade humana é a prova real de que a vaidade engana. Não tenho, porém, nenhum dó de mim por estar solitário assim. Este tempo de sofrimento é como se fosse uma antecipação do prazer. É como o calor enorme antes da chuva. É do rio a curva quando se dobra para o grande e imenso mar onde há de se encontrar o sal do amor, da beleza, do prazer. É a grande provação antes  de cair, por fim,  nos carinhos dos teus braços. 





1 comentário:

mariferrot disse...

Horas difíceis amargas e solitárias as que se vivem andando de cá para lá e na volta de lá para cá, mas na hora de apreço pelas ruinas do passado e pela falta que faz o ontem, o coração é purificado pelas dores da tristeza e aquecido pela chama do amor !!!...


Beijo Conde