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terça-feira, 29 de maio de 2018

Nuno Júdice





























Entre o teu corpo e a paisagem vejo abrir-se 
a distância que me leva de mim a ti. E se 
entre mim e ti outra distância não houvesse, 
limito-me a contar os passos que dou para 
que a conta não acabe. Tu, porém, olhas-me 
neste fundo de tabuada, e deixas que o teu 
braço seja a régua onde a distância se mede 
pelo abraço que falta. Então, acerto a conta 
pelo triângulo que o outro braço forma, 
quando seguras a cabeça, e fecho nesse ângulo 
a soma dos corpos que totalizam o amor.



Nuno Júdice

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