Seguidores

quinta-feira, 17 de maio de 2018

António Ramos Rosa





















Amanheceu a minha vida no teu rosto
de uma doçura intensa e tão suave
como se um divino fundo nele brilhasse
Eu era o que nascia soberanamente leve
e encontrava na limpidez o centro do equilíbrio
Só em ti cheguei amanhecendo 
na minha madurez Entrei no templo 
em que a luz latente era a secreta sombra 
Foste sonhada por meus olhos e minha mãos 
por minha pele e por meu sangue
Se o dia tem este fulgor inteiro é porque existes 
E é porque existes que se levanta o mundo 
em quotidianos prodígios 
em que ao fundo brilha o horizonte certo



António Ramos Rosa

Sem comentários: