SAUDADES
Que saudades tenho de ti , gentil recanto,
onde tantas vezes , os meus sonhos destruídos,
eu ía chorar , já perdido o seu encanto ,
em quentes lágrimas de olhos doloridos .
Ó sítio tão belo da minha mocidade ,
onde clara fonte murmurava ao cair ,
amor , ternura e felicidade
ás avezitas que iam lá dormir .
Ó carvalhais frondosos , belos , frescos ,
ó fofo chão onde me deitava á sombra ,
olhando , pelos céus sem fim , os arabescos
das avezitas e da meiga pomba.
Ó água fresca que matavas , breve ,
a secura amarga dos meus pobres lábios
quando , ao meu corpo colada a roupa leve ,
eu lia aí , deitada os meus alfarrábios .
Quanta saudade do que já foi !
Porque estragaram meu recanto solitário ?
Quais mãos de crime , usando o manso boi ,
arrancaram os carvalhais - meu relicário ?
Se pudesse ainda chorar meus sonhos belos ,
se pudesse ouvir a branda e meiga fonte
e nos carvalhais reclinar os meus cabelos ,
eu seria mais feliz que o verde monte .
Ó gentil recanto , que enorme saudade !
Ó carvalhais frondosos , que loucura !
Ó minha água fresca , que felicidade .
se voltar a ter pudesse essa frescura !
Do livro "" INTIMIDADES "" pag 95 / 1994
Iniciou-se na poesia pelos dezasseis anos , profundamente influenciada pela obra do poeta sertanejo Casimiro de Abreu ,
onde aprendeu a métrica, a rima e a arte do ritmo da poesia.
Pertence ao núcleo de Poesia do "" Grupo Dramático e Musical do Flôr de Infesta "" S. Mamede.
onde aprendeu a métrica, a rima e a arte do ritmo da poesia.
Pertence ao núcleo de Poesia do "" Grupo Dramático e Musical do Flôr de Infesta "" S. Mamede.
Tem alguns poemas publicados no Jornal "" A Voz de Ermesinde
FOTO DA POETISA
1 comentário:
Se pudesse ainda chorar meus sonhos belos ,
se pudesse ouvir a branda e meiga fonte
e nos carvalhais reclinar os meus cabelos ,
eu seria mais feliz que o verde monte .
Ó gentil recanto , que enorme saudade !
Ó carvalhais frondosos , que loucura !
Ó minha água fresca , que felicidade .
se voltar a ter pudesse essa frescura !
Gosto tambem da foto,beijocas....
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