A VOZ DO CORPO
Não quebres o silêncio deste quarto
Deixa ficar a voz para depois
Que quanto mais palavras mais me aparto
Do mundo que sonhei para nós dois
Não é preciso mais do que a ternura
Nem é precisa a luz da vela gasta
Para acender a noite de loucura
A luz dos nossos corpos já nos basta
As bocas que se cumpram de mil beijos
Que sabem a flores, a água e mel
E os dedos que se rendam aos desejos
Que temos a ferver à flor da pele
Não é preciso nada além da voz
Nem sequer os ruídos que nos chamam
Nem é precisa, amor, a nossa voz
Já basta a voz dos corpos que se amam
Fernando Campos de Castro
Sem comentários:
Enviar um comentário