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sábado, 4 de abril de 2015

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN


Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
 
 

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

in DIA DO MAR, (1947), (Assírio & Alvim, 2014)

Ilustração de ©Nick Japaridze


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