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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um amor




Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão.
puxaste-me para os teus olhos

transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua,

ainda apanhámos o crepúsculo.

As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar

diferente inundava a cidade. Sentei-me

nos degraus, do cais, em silêncio.

Lembro-me do som dos teus passos,

uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas,

e a tua figura luminosa atravessando a praça

até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é,

o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali,

continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha

essa doente sensação que

me deixaste como amada

recordação.


Nuno Júdice

Imagem retirada do Google

2 comentários:

disse...

Lindo demais!!!!!!!

Beijos achocolatados

disse...

Lindo demais!!!!!!!

Beijos achocolatados .... CONDE