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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Sei ......e sempre soube

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"
fotografia: miguel atalaia

Olhar do tempo

2 comentários:

disse...

Falei de tudo quanto amei.

Quando o amor nasce tudo desperta em nós, tudo é lindo, tal como este poema que deslumbra de tanta beleza.

Beijos achocolatados.....CONDE

fatima disse...

Outro lindissimo poema!!!!!!!!!


É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

Beijo,carinhoso!!