Femina
Não lavei os seios
pois tinham o calor
da tua mão.
Não lavei as mãos
pois tinham os sons
do teu corpo.
Não lavei o corpo
pois tinha os rastros
dos teus gestos;
tinha também, o meu corpo,
a sagrada profanação
do teu olhar
que não lavei.
Nem aqueles lençóis,
não os lavei,
nem os espelhos,
que continuam
onde sempre estiveram:
porque eles nos viram
cúmplices, e a paixão,
no paraíso,
parece que era.
Lavei, sim,
lavei e perfumei
a alma, em jasmim,
que é tua, só tua,
para te esperar
como se nunca tivesses ido
a nenhum lugar:
donde apaguei
todas as ausências
que apaguei
ao teu olhar.
Soares Feitosa
Foto:Yuri Bonder
4 comentários:
Hum!!!
Lindo poema, linda forma de falar de amor
Beijinhos
Uau....que sensual....adorei.
Beijos.
belo como o Conde é,,,bjs!
Lindíssimo poema
Conde, ser feminina é isso
deixar o perfume
beijos
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