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sábado, 7 de agosto de 2010

...afinal os intelectuais tambem dizem palavrões...ihihih

Soneto ao caju



Amo na vida as coisas que têm sumo
E oferecem matéria onde pegar
Amo a noite, amo a música, amo o mar
Amo a mulher, amo o álcool e amo o fumo.

Por isso amo o caju, em que resumo
Esse materialismo elementar
Fruto de cica, fruto de manchar
Sempre mordaz, constantemente a prumo.

Amo vê-lo agarrado ao cajueiro
À beira-mar, a copular com o galho
A castanha brutal como que tesa:

O único fruto – não fruta – brasileiro
Que possui consistência de caralho
E carrega um culhão na natureza.

Vinícius de Moraes

1 comentário:

Feiticeira disse...

Bom dia !

Este poema de Vinicius eu não conhecia, mas ele é muito verdadeiro. Conheces o fruto? Eu adoro, feito suco ou uma caipirinha .

Ótimo final de semana

Beijinhos