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terça-feira, 7 de setembro de 2021

Vasco Gato

 



Photo: Meaghan Ogilvie

nas palavras lavo os panos tristes 
que ao fim de uma estação retêm agora 
a sensação dos dias, o lume dos passos.

sinto que é um outro tempo, 
um outro jeito de dobrar esquinas, 
um outro modo de pisar a terra 
- é tudo isto comprimido num pulso, 
cingido dentro de veias como pequenas vozes 
mudadas em canções ao acordar o ano. 

vem, vem comigo, neste magnífico nascimento, 
ouvir bater a espuma no cinzento das rochas, 
e deixar passar as horas como quem flutua 
à tona do tempo, inteiramente mergulhado no mundo
- vem dormir sob o luminoso manto da lua.

hei-de dizer-te um dia 
como se escolheu a cor do mar. 


Vasco Gato

1 comentário:

mariferrot disse...

A cor do mar, o infinito azul a tocar no belo horizonte e a mandar flutuar as almas paradas que cederam o seu lugar às almas inquietas pois só elas sabem como se brilha por fora !!!... <3


Beijo Conde