La pena de perderte
Salvador Novo
Al poema confío la pena de perderte.
He de lavar mis ojos de los azules tuyos,
faros que prolongaron mi naufragio.
He de coger mi vida desecha entre tus manos,
leve jirón de niebla
que el viento entre sus alas efímeras dispersa.
Vuelva la noche a mí, muda y eterna,
del diálogo privada de soñarte,
indiferente a un día
que ha de hallarnos ajenos y distantes.
A DOR DE TE PERDER
Ao poema confio a dor de te perder.
Hei lavar meus olhos dos azuis dos teus,
faróis que prolongaram o meu naufrágio.
Hei de colher minha vida desfeita em tuas mãos,
ligeiro fio de névoa
que o vento entre suas asas efêmeras dispersa.
Volta a noite a mim, muda e eterna,
do diálogo privado de sonhar contigo,
indiferente a um dia
que há de nos encontrar alheios e distantes.
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