Não sei...
Não sei.
Não é dor o que sinto,
nem vazio,
nem desejo.
É a mágoa da perda
pela própria demissão
de abraçar o infinito.
A covardia de um rito.
É a incompreensão
da entrega
num beijo
que me prendeu a alma
me despertou
um soluço
e me orvalhou o olhar.
É não existir razão
de haver um sim
e um não.
É uma alma aberta
expressa em palavras
claras,
onde há lágrimas caladas
que me cobrem,
me fustigam,
me fazem sentir
mesquinha.
È preconceito,
é dilema,
é razão ou sentimento,
o querer e não querer
colher na vida o momento,
o sonho e a fantasia
que é minha.
Helena Guimarães. janeiro 2003
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