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terça-feira, 14 de maio de 2019

E, agora, Raúl Gómez Jattin






Casi obsceno                                                        

Raúl Gómez Jattin

Si quisieras oír lo que me digo en la almohada
el rubor de tu rostro sería la recompensa
Son palabras tan íntimas como mi propia carne
que padece el dolor de tu implacable recuerdo

Te cuento ¿Sí? ¿No te vengarás un día? Me digo:
Besaría esa boca lentamente hasta volverla roja
Y en tu sexo el milagro de una mano que baja
en el momento más inesperado y como por azar
lo toca con ese fervor que inspira lo sagrado

No soy malvado Trato de enamorarte
Intento ser sincero con lo enfermo que estoy
y entrar en el maleficio de tu cuerpo
como un río que teme al mar pero siempre muere en él


QUASE OBSCENO 

Se quiseres ouvir o que me digo no travesseiro
o rubor de teu rosto seria a recompensa
São palavras tão íntimas como minha própria carne
que padece a dor de tua memória implacável

Te conto sim? Não te vingarás um dia? Me digo:
Beijaria essa boca lentamente até deixá-la vermelha
E no teu sexo o milagre de uma mão que baixa
no momento mais inesperado e como se, por acaso,
o toca com esse fervor que inspira o sagrado

Não sou malvado. Trato de me apaixonar-te.
Intento ser sincero doente que estou
e entrar no malefício do teu corpo
como um rio que teme o mar, porém, sempre morre nele.

Ilustração: Astrocentro.

1 comentário:

mariferrot disse...

Quase obsceno não é obsceno é espaço entre a moral do que se pensa e a moral do que se diz 111... Bj Conde ... <3