Saudades
Saudades do tempo...
em que acendíamos os beijos
na chama da paixão
Percorríamos cada curva dos nossos corpos
com a suavidade
com que o oleiro molda o barro
Em que nos entregávamos
indiferentes ao fluir das horas...
sem regras nem tréguas
Saudades do tempo
em que os meus olhos eram o teu espelho
O meu corpo, o teu abrigo
A minha pele, a tua roupa
Saudades do tempo
em que éramos dois corpos e uma só alma…
Agora não sei mais o que somos
Sei tão-só de mim
Trago uma ferida aberta no lugar do coração…
e uma alma errante, perdida algures
nas lembranças de um tempo passado.
PAULA MENDONÇA
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