HAVIA
E havia a luz dos olhos.
E hoje já não há!
E havia uma corrente electrica
entre os corpos,
e hoje já não há!
E havia o infinito entre as almas.
E hoje já não há!
E havia o perdão do consumo dos dias.
E havia a interpretação do tempo.
E havia o perdão diário das coisas.
E hoje já não há.
Porque cada um se fez igual
a si próprio, à sua existência,
sem olhar quem lhe divide o diário.
Uma ilha de si próprio, sem comentários
e sem felicidade.
Helena Guimarães
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