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terça-feira, 16 de janeiro de 2018










OSADÍA

Un no sé qué de abandono
atrae persistentemente
a criaturas invisibles
hasta mi exilio voluntario
toda ruina es un aposento
recuperado por el caos
el calor de las presencias
humedece el cristal
que me separa del resto
sin menoscabo
de mi sacra profanidad
todo signo traza el gemido
de alguna lengua muerta
dos cuernos se dibujan
listos para el embiste
compreendo el aviso
todo poeta
será derribado de su osadía



OUSADIA

Um não-sei-quê de abandono
atrai persistentemente
criaturas invisíveis
até o meu exílio voluntário

toda ruína é um aposento
recuperado pelo caos

o calor das presenças
umedece o cristal
que me separa do resto
sem menosprezo
de minha sacra profanação


todo signo traça o gemido
de alguma língua morta

dois cornos se desenham
prontos para a investida
compreendo o aviso
todo poeta
será derrocado de sua ousadia


ANGEL DARIO
Nasceu em Nova Iork, USA, 1965.  Ensaíasta, jornalista, poeta da “Generación del 80”, estudou filosofia e teologia.

TEXTO EM PORTUGUÊSTradução: Antonio Miranda




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