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segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Eugénio de Andrade | Os Sulcos da Sede (2001)






Memória dos dias

Vais e vens na memória dos dias
onde o amor
cercou a casa de luz matutina.
Às vezes sabíamos de ti pelo aroma
das glicínias escorrendo no muro,
outras pelo rumor do verão rente
ao oiro velho dos plátanos.
Vais e vens. E quando regressas
é o teu cão o primeiro a sabê-lo.
Ao ouvi-lo latir, sabíamos que contigo
também o amor chegara a casa.


Eugénio de Andrade | Os Sulcos da Sede (2001)






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