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terça-feira, 26 de julho de 2016

Francisco Valverde Arsénio

Francisco Valverde Arsénio /// ANTES DE AMAR…







Namora-me,
olha que o vento deixou de soprar
e que os nossos olhos
se apearam fora da estação.

Namora-me
como fazem as urzes
e as estevas,
como faz o lírio,
a oitava musical,
ou o azul
quando rouba o verde ao mar.

Há um lago,
uma noite,
uma mão esquecida da minha,
um poema,
um soluço,
um rio que aperta a foz.

Namora-me,
traz uma porção reticulada de chão,
um destino cravado de pontos cardeais,
um jardim de palavras incandescentes.

Namora-me no preâmbulo do teu amor.

Namora-me antes que me ames.




 

Francisco Valverde Arsénio










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