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sábado, 6 de dezembro de 2014

Cecília Meireles

Eis...
Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor - este coral quebrado
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança - este mar solitário
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.

Cecília Meireles  

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