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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Soneto de Mal Amar






Invento-te    recordo-te e distorço 


a tua imagem mal e bem amada 
sou apenas a forja em que me forço 
a fazer das palavras tudo ou nada. 

A palavra desejo incendiada 

lambendo a trave mestra do teu corpo 
a palavra ciúme atormentada 
a provar-me que ainda não estou morto. 

E as coisas que eu não disse? Que não digo: 
Meu terraço de ausência    meu castigo 
meu pântano de rosas afogadas. 

Por ti me reconheço e contradigo 

chão das palavras mágoa joio e trigo 
apenas por ternura levedadas. 


Ary dos Santos, in 'O Sangue das Palavras'

4 comentários:

disse...

a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.


AMEI ....LINDÍSSIMO


BEIJOS ....CONDE

fatima disse...

Grande Ary...........

A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.

Beijinhos Conde

Unknown disse...

Olá Conde!!!!!

Genuinamente intenso e sensual.....

Assim viveu....e...nos legou sua obra!

Lindíssimo poema

Gostei muito!!!!!!!!

um beijo

Unknown disse...


Olá!!!!!!

genuinamente sensual... excessivo e vertical...foi assim Ary....

Um "METEORITO" de talento e paixão...

Adorei o POEMA
um beijo