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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

POEMA OCTOGÉSIMO QUARTO



A manhã rompe-se com o canto dos pássaros e as flores
amarelas pedem justiça ao vento, que saiu de casa feliz,
para incendiar nos pensamentos a intimidade do dia. Ga-
nham entusiasmo as minhas mãos, os olhos dizem-me
que hoje a felicidade é po
ssível, que é de vida que se ali-
menta a fogueira do amor.

E eu caminho com a sabedoria das coisas que escolheram

apaixonar-se pelo mar, essas coisas simples que procu-
ram tornar ainda mais simples cada minuto, cada gesto,
cada beijo.
Amo as coisas simples porque a sua simplicidade é a de
carregar o mundo, grávidas que estão da sua nudez, sa-
bendo que a morte não é mais que uma palavra e o amor
são todas as palavras, as doces e temíveis palavras que
vestem a vida de brocados e de sedas tão macias, tão ra-
ras, tão intensas como a simples e profunda memória do
cheiro e do sabor que só tem a pele de uma mulher.


JOAQUIM PESSOA, in GUARDAR O FOGO (A publicar)

1 comentário:

disse...

Amo as coisas simples porque a sua simplicidade é a de
carregar o mundo.

Palavras que nos faz meditar e amar
a vida!!!!!!!!

Beijo .....CONDE