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terça-feira, 6 de novembro de 2012

LEMBRANÇA , De. Miguel Torga





Ponho um ramo de flores

na lembrança perfeita dos teus braços;

cheiro depois as flores
 

e converso contigo
sobre a nuvem que pesa no teu rosto;
dizes sinceramente
que é um desgosto.

Depois,

não sei porquê nem porque não,
essa recordação
desfaz-se em fumo;
muito ao de leve foge a tua mão,
e a melodia já mudou de rumo.

Coisa esquisita é esta da lembrança!

Na maior noite,
na maior solidão,
sem a tua presença verdadeira,
e eu vejo no teu rosto o teu desgosto,
e um ramo de flores, que não existe, cheira!

1 comentário:

Moi disse...

Sempre romântico!






Beijo