Reflexos - Ana Luísa Amaral
Olho-te pelo reflexo
Do vidro
E o coração da noite
E o meu desejo de ti
São lágrimas por dentro,
Tão doídas e fundas
Que se não fosse:
o tempo de viver;
e a gente em social desencontrado;
e se tivesse a força;
e a janela ao meu lado
fosse alta e oportuna,
invadia de amor o teu reflexo
e em estilhaços de vidro
mergulhava em ti.
In Anos 90 e Agora, uma antologia da nova poesia portuguesa
Quasi Edições
Ana Luísa Amaral nasceu em Lisboa, a 5 de Abril de 1956
1 comentário:
Tinha os seus poemas quase todos decorados.
Não precisava de os ler: Trazia-os consigo, na memória.
Sabia dizê-los de forma exímia e de uma ternura e sensibilidade extremas.
SEM PARALELO.
ADOREI ESTA ESCOLHA.
bj
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