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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Jorge Melícias

 E eu amava-te...

Sentavas-te junta à esteira
e acendias os cabelos numa lágrima.
Em silêncio ias moldando entre os dedos
luas muito cheias que depois me ofertavas,
dizendo, abre no meu rosto
um poema a pique por onde a luz se despenhe.
Só tu conhecias a inclinação certa do cachimbo,
a púrpura linguagem do fumo,
a revelada cadência dos sonhos.
E eu amava-te pela maneira como os barcos
sangravam nos teus lábios
Jorge Melícias







1 comentário:

adry disse...

Versátil,em vastas áreas de intervenção da escrita,Jorge Melicias é um jovem que muito aprecio e respeito.