A GAROTA DO TAMBOR
No sonho não nos compromete a cena.
Quem pode me pedir contas
por receber-te em minha cama
se chegas correndo de uma perseguição,
ou a ti por ser um bebedor matutino.
Depois de tudo, isso vi
num filme ao me deitar,
ninguém poderá me acusar
que utilizei o teu rosto para representar
o papel daquele espião perturbador.
As palavras não pesam nos dias sucessivos,
Ainda assim, não lembro que confesses
haver me amado nunca,
nem aquilo que intuía por trás de teu desamparo.
Sempre são aventuras breves
e um pouco enlouquecidas.
Contudo, me alegro em ti encontrar
neste teatro de sonhos,
ainda que haja passado o tempo
e tu tenhas formado algo mais sólido
que esta etérea realidade que compartilhamos.
O toque da pele não mudou na lembrança
ainda que não possa impedir que te desfaças
e já não esteja aqui ao despertar
nem podemos pedir contas
aos instantes que mudam
por sua fugacidade.
Isabel González Gil
1 comentário:
Sonho, imaginação sem contornos, passear de elefante, nadar com os golfinhos, rezar e cantar no pico da montanha, dar a mão à bruxa má, entrançar-lhe o cabelo, e pôr-lhe um chapéu orlado de malmequeres, o corpo sem idade, como cofre da alma, e o tempo a torná-lo uma preciosidade !!!... <3
Beijo Conde
e pôr-lhe um chapéu orlado de malmequeres, o corpo sem idade, como cofre da alma, e o tempo a torná-lo uma preciosidade !!!... <3
Beijo Conde
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