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sábado, 13 de março de 2021

Uma poesia de Isabel González Gil

 A GAROTA DO TAMBOR


No sonho não nos compromete a cena.

Quem pode me pedir contas

por receber-te em minha cama

se chegas correndo de uma perseguição,

ou a ti por ser um bebedor matutino.

Depois de tudo, isso vi

num filme ao me deitar,

ninguém poderá me acusar

que utilizei o teu rosto para representar

o papel daquele espião perturbador.

As palavras não pesam nos dias sucessivos,

Ainda assim, não lembro que confesses

haver me amado nunca,

nem aquilo que intuía por trás de teu desamparo.

Sempre são aventuras breves

e um pouco enlouquecidas.

Contudo, me alegro em ti encontrar

neste teatro de sonhos,

ainda que haja passado o tempo

e tu tenhas formado algo mais sólido

que esta etérea realidade que compartilhamos.

O toque da pele não mudou na lembrança

ainda que não possa impedir que te desfaças

e já não esteja aqui ao despertar

nem podemos pedir contas

aos instantes que mudam

por sua fugacidade.


Isabel González Gil







1 comentário:

mariferrot disse...

Sonho, imaginação sem contornos, passear de elefante, nadar com os golfinhos, rezar e cantar no pico da montanha, dar a mão à bruxa má, entrançar-lhe o cabelo, e pôr-lhe um chapéu orlado de malmequeres, o corpo sem idade, como cofre da alma, e o tempo a torná-lo uma preciosidade !!!... <3


Beijo Conde
















e pôr-lhe um chapéu orlado de malmequeres, o corpo sem idade, como cofre da alma, e o tempo a torná-lo uma preciosidade !!!... <3


Beijo Conde