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quinta-feira, 9 de julho de 2020

Hamilton Ramos Afonso






Pudesse eu parar o tempo.
Pudesse eu parar o cruel desfiar do tempo
quando no usufruto do nosso tempo
os olhos dos nossos corpos se miram
e se deixam encantar…
as mãos a tocarem-nos ávidas de travar o tempo
que nos resta
para que as almas uma vez mais se encantem ,
através do toque dos corpos
que é sempre « para lá da alma »….

O tempo , esgota-se no tempo do arder um fósforo
nos pulmões e na cama fica o aroma dos nossos corpos
que cada um inspira
e desejaria não expirar
para guardar a química
que nos liga no nosso tempo
e nos faz esquecer
que o tempo é um corcel
que galopa desabrido…

O tempo ,
resume-se a este querer
que se cumpre através do olhar dos corpos ,
que nos toca as almas
nos realiza
e nos faz cumprir…

Hamilton Ramos Afonso
Arte: Belarmino Mirand

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