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sábado, 20 de abril de 2019

Helena Guimarães






A sentir-me gente

SE EU VOLTASSE A SER NOVA
Ai! Se eu voltasse a ser nova
voltaria a fazer os mesmos erros
desde que eles me trouxessem
a vida vivida em pleno.
Voltaria a levantar as pedras
a produzir terramotos,
a desmascarar as perfídias, 
a usar ventos tempestades,
o rugir do mar e as deidades, 
para conseguir ser.
Ai! Se eu voltasse a ser nova
usaria a minha força
para inverter o faz de conta,
retirar a máscara à sociedade 
e dizer “o rei vai nu”.
Que toda a gente parte
sempre do Zero universal
e vai fazendo o seu caminho
desenhando no cadinho
as suas diferenças.
Porque é nas diferenças
que o mundo caminha
e não numa média aritmética
de ser ninguém, só uma média,
que o mantém na vulgaridade
de ser um número da Humanidade.

Ai! Se eu voltasse a ser nova
marcaria a diferença
perante a indiferença
de ser ninguém.
Usaria o voo das aves
para dizer da vontade
de voar além das coisas,
de sonhar com o futuro
de usar as formas aladas,
as asas contra o vento
e com músculo e com alma,
desenhar um caminho
que conduzisse à Liberdade.

Ai! Se eu voltasse a ser nova
Cometia os mesmos erros.
Revelaria segredos,
conquistava altas fragas,
quebrava o mísero espelho,
e construiria um manto
que cobriria de espanto,
o mundo sem igualdade.
Desfazia degredos,
ignorância, taras, medos.
Desenhava um mundo
sem esquinas, com equidade,
sem ódio, inveja, ganância.
Um mundo de Solidariedade!

Helena Guimarães

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