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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

E, vem agora, Theophile Gautier







Dernier voeu                  
Theophile Gautier

Voilà longtemps que je vous aime
- L'aveu remonte à dix-huit ans! -
Vous êtes rose, je suis blême;
J'ai les hivers, vous les printemps.

Des lilas blancs de cimetière
Près de mes tempes ont fleuri;
J'aurai bientôt la touffe entière
Pour ombrager mon front flétri.

Mon soleil pâli qui décline
Va disparaître à l'horizon,
Et sur la funèbre colline
Je vois ma dernière maison.

Oh! que de votre lèvre il tombe
Sur ma lèvre un tardif baiser,
Pour que je puisse dans ma tombe,
Le cœur tranquille, reposer!

O ÚLTIMO DESEJO

Faz tanto tempo que te amo
-Dezoito anos atrás são muitos dias!-
És de cor rosa e eu sou pálido;
Eu sou inverno e tu, a primavera.

Liláses brancos como em um cemitério
em torno de meus templos floresceram;
e logo invadiram todo o cabelo
marcando minha testa já murchinha.

Meu sol descolorido que declina
no fim se perderá no horizonte,
e, na colina fúnebre, na distância,
já posso ver minha última casa.

Oh! Deixa, ao menos, que caía dos teus lábios
sobre os meus lábios um beijo tardio
para que assim, uma vez, no meu túmulo,
em paz, meu coração possa dormir!

Ilustração: HypeScience.

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