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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Isabel Sousa / luadiurna //// a voz do silêncio

 


dobro a esquina do silêncio

na encruzilhada do tempo
...
procuro o teu rosto
no poema guardado
que te fiz

e não te disse

rasgado na ausência
do teu sentir

ficou-me na boca o gosto amargo
da partida inesperada

talvez esperada nas entrelinhas
daquilo que em ti se adivinha
permanente

todo o mundo
num segundo

em que



disse
que te amava:

o medo, o muro,
o silêncio.

parti assim de ti
de mim
do desengano
do terreno encantado que pisei

conto de fadas
no faz de conta
em que te moves

no horizonte dos enganos

acreditei

que era o teu rosto
que via nas madrugadas
em que acendia uma estrela
para iluminar os teus olhos
no reflexo dos meus

perdida, me encontrei

na encruzilhada do tempo
e foi então que dobrei
esta esquina do silêncio

Isabel Sousa(luadiurna)
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