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terça-feira, 5 de julho de 2011

De onde chegam estas palavras?




-De onde me chegam estas palavras?

Nunca houve palavras para gritar a tua ausência

Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto dóia no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.

E não havia um nome para a tua ausência.

Mas tu vieste.

Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?

Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.

Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.

Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.

Joaquim Pessoa

2 comentários:

Moi disse...

Não conhecia este poema, mas muito lindo!
Cheio de emoções...

Bj

Obrigado pela visita a um dos meus espaços

C. disse...

Olá! Obrigada pela tua visita, espero que voltes mais vezes ;)

Quanto ao que disseste... bem, estou muito agradecida pois poucas pessoas têm consciência do quanto damos de nós e até do quanto sofremos.

Mais uma vez, obrigada :) gostei muito de ler o teu comentário, são pessoas como tu que me dão força para continuar!


Beijinhos *