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quarta-feira, 7 de julho de 2010



rótica



A noite descia
como um cortinado
sobre a erva fria
do campo orvalhado.
e eu (fauno em vertigem)
a rondar em torno
do teu corpo virgem,
sonolento e morno,
pensava no lasso
tombar do desejo;
em breve, o cansaço
do último beijo...
E no modo como
sentir menos fácil
o maduro pomo
do teu corpo grácil:
ou sem lhe tocar
– de tanto o querer! –
ficar a olhar,
até o esquecer,
ou como por entre
reflexos do lago,
roçar-lhe no ventre
luarento afago;
perpassando os meus
nos teus lábios húmidos,
meu peito nos teus
brancos
seios
túmidos...

Carlos Queirós

3 comentários:

Feiticeira disse...

Belo poema, sem mais palavras
Beijinhos

sonho disse...

O romantismo reina por aqui...:)
Sente o doce beijo d'anjo

Pat. disse...

Adorei a imagem que fala muito aqui.
O poema é encantador.

beijos.