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segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

João Luis Barreto Guimarães

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  1. Photo: Alexey Titarenko

    O que encerras num abraço quando
    abraças alguém não é
    um corpo: é tempo. Nesse demorar suspenso
    (enquanto deténs outra vida) há
    um corpo que é teu enquanto o reténs
    nos braços
    (porquanto o tens para ti
    suspendendo o movimento)
    enquanto páras o tempo pelo
    tempo
    de um abraço. Mas a
    força dos teus braços é mais fraca do
    que a do tempo e
    tens de ser tu a ceder
    (tens de ser tu a largar) porque
    o tempo não aceita estar parado tanto tempo e
    exige que o soltes para
    tornar ao movimento.


    João Luis Barreto Guimarães

1 comentário:

adry disse...

Magnífica reflexão....
O tempo,tal como o conhecemos nesta dimensão, será, talvez, a nossa ilusão (do Tempo)...
Bji.