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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

José Agostinho Baptista

 

Ao leres este livro,
ao chegares a esta página,
reconhecerás a cicatriz,
o sangue na face em ruínas,
escurecendo as feridas do amor,
escurecendo o perfil de um homem,
o seu coração perdido nos prados da desolação,
no alarme dos sinos que, mais uma vez,
nos templos da idade profunda,
dobram pelos cisnes parados,
pela jovem palidez dos dedos,
quando viver é apenas uma vertigem ardente,
o incêndio dos celeiros,
do fino, do cereal maduro.


José Agostinho Baptista





1 comentário:

adry disse...

A cicatriz não dói,mas faz questão de permanecer, para nós lembrar o que um dia doeu e sangrou.
Bji no ❤️.