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quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Alexandre O'Neill

 

Como o silêncio do punhal num peito, 
O silêncio do sangue a converter 
Em fio breve o coração desfeito 
Que nas pedras acaba de morrer, 

Vive em mim o teu nome, tão perfeito 
Que mais ninguém o pode conhecer! 
É a morte que vivo e não aceito; 
É a vida que espero não perder. 

Viver a vida e não viver a morte; 
Procurar noutros olhos a medida, 
Vencer o tempo, dominar a sorte, 
Atraiçoar a morte com a vida! 

Depois de morrer de coração aberto 
E no sangue o teu nome já liberto...


Alexandre O'Neill




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