¡Oh, no quiero ceñirme a las reglas del arte!...
Rosalía de Castro
Cuando los señores de la tierra me amenazan con una mirada, o quieren marcar mi frente con una mancha de oprobio, yo me río como ellos se ríen y hago, en apariencia, mi iniquidad más grande que su iniquidad. En el fondo, no obstante, mi corazón es bueno; pero no acato los mandatos de mis iguales y creo que su hechura es igual a mi hechura, y que su carne es igual a mi carne.
Oh, eu não quero restringir-me às regras da arte! ...
Oh, eu não quero restringir-me às regras da arte! Meus pensamentos são vagabundos, minha imaginação errante e minha alma só se satisfaz de impressões.
Jamais dominei em minha alma a esperança da glória, tampouco jamais sonhei com lauréis que oprimissem a minha fronte. Só os cantos de independência e liberdade têm balbuciado meus lábios, ainda que em redor houvesse sentido, desde o berço, o ruído das cadeias que deviam me aprisionar para sempre, porque o patrimônio da mulher são os grilhões da escravidão.
Eu, sem embargo, estou livre, livre como os pássaros, como as brisas; como os árabes no deserto e o pirata no mar.
Livre é meu coração, livre minha alma e livre o meu pensamento, que se alça para o céu e desce para a terra, soberbo como Lúcifer e doce como uma esperança.
Quando os senhores da terra me ameaçam com um olhar, ou querem marcar minha testa com uma mancha de vergonha, eu me rio e ri como eles riem e faço, em aparência, uma iniquidade maior do que a que eles fazem. No fundo, não obstante, meu coração é bom; porém, não acato o mandato dos meus iguais e creio que seu acabamento é igual ao meu acabamento, e que a sua carne é igual a minha carne.
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