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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Canção sem número de um tempo sem cor

 

Canção sem número de um tempo sem cor

 


São os dias que passaram sem que meus olhos te vissem

Como noites que cegassem os tempos por si já tristes

Que envelhecessem as velhices, que tornaram o novo, antiquado

Como fantasmas que dançam em brumas que só se adensam

São pensamentos inócuos, ideias que já não pensam.

São meus dias sem te ver tempos que não voltam mais,

Horas que nunca vieram e já ficaram para trás.

Como cidades sem portas, de ruas brancas, sem vidas,

Jardins sem cravos, nem rosas, lilases, nem margaridas,

Onde só os ventos gemem, as árvores não mexem não,

Lugar que não tem navios, ares que não tem canção,

Escuridão tão sem luzes que nem as estrelas brilham,

Portos que não tem navios, rotas que não se procuram,

Caminhos que de tão escuros soterram toda esperança

E só não viram saudade porque, se não for verdade,

Ainda creio em teu amor e em superar tanta dor

Escapando do torpor em que nossa vida ainda dança.




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