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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Alvorada


 
E de súbito 
um corpo! Alvorada sombria, 
Alvorada nefasta envolta nuns cabelos.....



Julio Rocha by LeoFaria (2)

Eram negros e vivos. Quem sofria, 
Só de vê-los? 

Eram negros; e vivos como chamas. 
Brilhavam, azulados sob a chuva. 
Brilhavam, azulados, como escamas 
De sereia sombria, sob a chuva... 

Veio cedo de mais a trovoada: 
O vento me lembrou 
De quem eu sou. 
- Alvorada suspensa! Contemplada 
por alguém que chegou a uma sacada e à beira da varanda vacilou. 


David Mourão-Ferreira

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