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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O espírito



Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;

E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.

Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:

Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.

Natália Correia

De uma grande mulher portuguesa.

2 comentários:

*Mi§§ §impatia* disse...

Não vai voando por aí com o bando não....fica com ela rsss
Beijos querido.

Anónimo disse...

Muito belo o poema...

Voar é uma expressão de liberdade...

yllenah

estou seguindo, ok?