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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Desespero



Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.
Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.
Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.

José Carlos Ary dos Santos

Foto:Paulo Castro

3 comentários:

*Mi§§ §impatia* disse...

Nada de desespero, corre logo pra ela.....rs
Beijos meu lindo.

Vivian disse...

...triste, mas lindo poema!

bjbj, alma nobre!

Marcia M. disse...

como são belos teus psts conde e as imagens lindas!
obrigada pelo imenso carinho deixo te o beijo do mar ...