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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

No meu olhar estou ausente nada me prende....

Sexta-feira, Dezembro 31, 2010

Shelley sem anjos e sem pureza



Shelley sem anjos e sem pureza,
aqui estou à tua espera nesta praça,
onde não há pombos mansos mas tristeza
e uma fonte por onde a água já não passa.

Das árvores não te falo pois estão nuas;
das casas não vale a pena porque estão
gastas pelo relógio e pelas luas
e pelos olhos de quem espera em vão.

De mim podia falar-te,mas não sei
que dizer-te desta história de maneira
que te pareça natural a minha voz.

Só sei que passo aqui a tarde inteira
tecendo estes versos e a noite
que te há-de trazer e nos há-de de deixar sós

Eugénio de Andrade

Imagem retirada do Google

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Depois......

Paraíso




Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.

Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!

Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...

Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.


David Mourão-Ferreira

Foto:Ana Isa Fonseca

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

...como se fosse uma cantiga.....


EU NÃO SABIA SABIÁ

Eu não sabia sabiá
Eu não sabia
Como o amor doía
Eu não sabia
E com o amor fui brincar
Agora canto que é pra não chorar

Voa sabiá, voa
Que quem tem asas
Tem é que voar

Voa sabiá, voa
Que quem perde o amor
Tem é que chorar

Eu não sabia sabiá
Eu não sabia
Como o amor é bom
Eu não sabia
E se choro é com a alegria
De quem ainda vai voltar a amar

Voa sabiá voa
Que não se ama
Tanto assim à-toa

Voa sabia voa
Que só com amor
É que a vida é boa.

domingo, 26 de dezembro de 2010




La Vida é um juego

Angel González


Donde pongo la vida pongo el fuego
de mi pasión volcada y sin salida.

Donde tengo el amor, toco la herida.

Donde pongo la fe, me pongo en juego.

Pongo en juego mi vida, y pierdo, y luego
vuelvo a empezar, sin vida, otra partida.

Perdida la de ayer, la de hoy perdida,
no me doy por vencido, y sigo, y juego
lo que me queda: un resto de esperanza.

Al siempre va. Mantengo mi postura.

Si sale nunca, la esperanza es muerte.

Si sale amor, la primavera avanza.


A vida em jogo

Onde ponho a vida, ponho o fogo
de minha paixão focada e sem saída.

Onde ponho o amor, toco a ferida.

Onde ponho a fé, me ponho em jogo.

Ponho em jogo minha vida, e perco, e logo
começo outra vez, sem vida, outra partida.

Perdida a de ontem, a de hoje perdida,
não me dou por vencido, e sigo, e jogo
o que me sobra: um resto de esperança.

E sempre vou em frente. Mantenho minha postura.

Sem sair nunca. A esperança é a morte.

Se sai o amor, a primavera avança.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Bonne Nuit

Esta, é aquela estranha hora em que te sinto colada á flor da minha pele, com a boca húmida procurando no braille dos meus sentidos o caminho certo onde teu beijo se vai esmagar nos lábios meus.

Do mestre......

Dia Nacional da Poesia no Brasil



Amar e ser amado

Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento:
Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano —,
Beijar teus dedos em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz... que pensamento!?

Castro Alves

Foto:RDj. Kaoy

se é........................

O mundo é grande



O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

...mas ninguem......

Ninguém meu amor



Ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Podem utilizá-lo nos espelhos
apagar com ele
os barcos de papel dos nossos lagos
podem obrigá-lo a parar
à entrada das casas mais baixas
podem ainda fazer
com que a noite gravite
hoje do mesmo lado
Mas ninguém meu amor
ninguém como nós conhece o sol
Até que o sol degole
o horizonte em que um a um
nos deitam

vendando-nos os olhos.

Sebastião Alba

Lírica xvII......bem, lirismo....




Amada amada
porque suplicaste
que eu lançasse o meu esperma
contra o negro capim?
Avisaste-me é certo
que apenas te poderias dar
quando a lua furtiva se ocultasse
atrás das montanhas
Mas por um instante
imaginei loucamente
que fosse um acesso de romantismo.

João Melo

..sinto-me .......


Penélope



Mais do que um sonho: comoção!
Sinto-me tonto, enternecido,
quando, de noite, as minhas mãos
são o teu único vestido.

E recompões com essa veste,
que eu, sem saber, tinha tecido,
todo o pudor que desfizeste
como uma teia sem sentido;
todo o pudor que desfizeste
a meu pedido.

Mas nesse manto que desfias,
e que depois voltas a pôr,
eu reconheço os melhores dias
do nosso amor.

David Mourão-Ferreira

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tão perto na distancia.....



Não há palavras nem versos
Nem imagens ou códigos
Que possam dizer
Do prazer de estar com você.

E é, poristo, que o tempo distante
Não me importa.
Eu só vivo
Quando fecho a porta
Que me abre para os desejos teus
Que, por uma mágica da vida, são os meus
E tanto é o entusiasmo
Que, muitas vezes, só em pensar tenho orgasmos
Que jamais serão iguais aos que tenho (terei) com você!






segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

De : Helena Guimaraes

Título: NATAL
 NATAL
Descrição:

Natal

de sonhos e esperança,

de azevinho,

decorações multicores,

o calor de um carinho

em meu coração

de criança.

O lume de uma lareira,

o calor na minha alma,

chama de sonho que guardo,

esperança que ilumina,

preenche

o dia a dia

de uma doce fantasia.

Tua amizade,

um carinho,

é o presente que quero

no Natal

no sapatinho.

domingo, 19 de dezembro de 2010

....dizzzzzzzzzz...........

Diz-me o teu nome



Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão

com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,

como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o

nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.

Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim.

Maria do Rosário Pedreira

De: Alberto Girri........




El compañero de los pájaros

Alberto Girri

Como el amor
que se posa
cada día sobre la ramita
que puede morir
Así brota tu amor
lozano
vigoroso de sol
compañero de los pájaros...

De "W.C.W. :Doce versiones"


Companheiro dos pássaros

Como o amor
que pousa
a cada dia no galho
que pode morrer
Assim brota o teu amor
luxuriante
vigoroso de sol
companheiro dos pássaros..

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sábado, Dezembro 18, 2010

Teoria do amor



Amor é mais do que dizer.
Por amor no teu corpo fui além
e vi florir a rosa em todo o ser
fui anjo e bicho e todos e ninguém.

Como Bernard de Ventadour amei
uma princesa ausente em Tripoli
amada minha onde fui escravo e rei
e vi que o longe estava todo em ti.

Beatriz e Laura e todas e só tu
rainha e puta no teu corpo nu
o mar de Itália a Líbia o belvedere.

E quanto mais te perco mais te encontro
morrendo e renascendo e sempre pronto
para em ti me encontrar e me perder.

Manuel Alegre

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Dum poeta Brasileiro que muito admiro....

A valsa



Tu, ontem,
Na dança
Que cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena
De mim!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas...
- Eu vi!...

Meu Deus!
Eras bela
Donzela,
Valsando,
Sorrindo,
Fugindo,
Qual silfo
Risonho
Que em sonho
Nos vem!
Mas esse
Sorriso
Tão liso
Que tinhas
Nos lábios
De rosa,
Formosa,
Tu davas,
Mandavas
A quem ?!

Quem dera
Que sintas
As dores
De arnores
Que louco

Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas,..
- Eu vi!...
Calado,
Sozinho

Mesquinho,
Em zelos
Ardendo,
Eu vi-te
Correndo
Tão falsa
Na valsa
Veloz!
Eu triste
Vi tudo!

Mas mudo
Não tive
Nas galas
Das salas,
Nem falas,
Nem cantos,
Nem prantos,
Nem voz!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues
Não mintas...
- Eu vi!

Na valsa
Cansaste;
Ficaste
Prostrada,
Turbada!
Pensavas,
Cismavas,
E estavas
Tão pálida
Então;
Qual pálida
Rosa
Mimosa
No vale
Do vento
Cruento
Batida,
Caída
Sem vida.
No chão!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas...
Eu vi!

Casimiro de Abreu

O pequeno sismo



Há um pequeno sismo em qualquer parte
ao dizeres o meu nome.
Elevas-me à altura da tua boca
lentamente
para não me desfolhares.
Tremo como se tivera
quinze anos e toda a terra
fosse leve.
Ó indizível primavera.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

e fiquei com fome....de......

Jantar



Ao jantar, tive uma ninfa
para a sobremesa. Tirei-lhe o vestido
e fiquei com a polpa
nas mãos. Separei os gomos
dos seus seios, descasquei
a sua pele, soltei-lhe dos cabelos
os caroços, e vi o fruto abrir-se
num colar de róseas pérolas. Fiz
com que o seu sumo me escorresse
pelas mãos, e bebi-o na taça
dos seus lábios. Ao jantar,
com uma ninfa nua
no prato da sobremesa,
esperei pelo café; e enquanto
não chegava, esvaziei o prato,
e fiquei com fome.

Nuno Júdice

Boas festas/ Natal 2010 a todos/as...

"White Christmas"



Para :

Brasil: Carlopolis,S.Paulo,Rio de Janeiro, Campinas, Petropolis,Santos, Tenente Portela, Santos,Jaciara,Salvador,Teresinha,Brasilia,Delfim Moreira,Iguatu,Fortaleza,Florianópolis.

Portugal: Covilhã, Castelo Branco,Queluz, Lisboa, Loures,
Vila Nova de Gaia
Porto
Margaride

Untd States : Bilerica

Netherlands : S`Heriogenbosch

Canadá : Kingston

Etc....

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

.eu te conheci.....




Te conocí, porque al mirar la huella...

Juan Ramón Jiménez

Te conocí, porque al mirar la huella
de tu pie en el sendero,
me dolió el corazón que me pisaste.
Corrí loco; busqué por todo el día;
como un perro sin amo.
... ¡Te habías ido ya! Y tu pie pisaba
mi corazón, en un huir sin término,
cual si él fuera el camino
que te llevaba para siempre...

Te conheci, porque quando olhei a trilha ...

Eu te conheci, porque quando ao olhar a pegada
do teu pé na estrada
me doeu o coração que me pisastes.
Corri louco, te busquei por todo o dia
como um cão sem dono.
Tu havias ido embora! E teu pé pisava
meu coração, num caminhar sem fim,
como se ele fosse o caminho
que te levou para sempre ...

Ilustração: http://farinhadooutrosaco.blogspot.com/

minhas amigas , para variar , recordemos.....

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O espírito



Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;

E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.

Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais alto,
Em ileso beiral, aí espera:

Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto.

Natália Correia

De uma grande mulher portuguesa.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Desespero



Não eram meus os olhos que te olharam
Nem este corpo exausto que despi
Nem os lábios sedentos que poisaram
No mais secreto do que existe em ti.
Não eram meus os dedos que tocaram
Tua falsa beleza, em que não vi
Mais que os vícios que um dia me geraram
E me perseguem desde que nasci.
Não fui eu que te quis. E não sou eu
Que hoje te aspiro e embalo e gemo e canto,
Possesso desta raiva que me deu
A grande solidão que de ti espero.
A voz com que te chamo é o desencanto
E o espermen que te dou, o desespero.

José Carlos Ary dos Santos

Foto:Paulo Castro

domingo, 12 de dezembro de 2010

..dá-me........




Queima o sangue um fogo de desejo,
de desejo a alma é ferida,
dá-me os teus lábios, o teu beijo
é o meu vinho e minha mirra.

Reclina para mim a cabeça
ternamente, faz que eu durma
sereno até que sopre um dia alegre
e se dissipe a névoa nocturna.

A. Púchkin

mas vale a pena.....



O Amor é uma montanha russa.
Todos temos um pouco de medo,
mas vale a pena arriscar,
porque só a emoção vivida,
pode ser lembrada.

Tere Penhabe

Foto retirada do Google

sábado, 11 de dezembro de 2010

...sabe a........

Respiro o teu corpo



Respiro o teu corpo:
sabe a lua-de-água
ao amanhecer,
sabe a cal molhada,
sabe a luz mordida,
sabe a brisa nua,
ao sangue dos rios,
sabe a rosa louca,
ao cair da noite
sabe a pedra amarga,
sabe à minha boca.

Eugénio de Andrade

Foto:Hataiiia Hataiiia

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

não estou com.....


Escuridão (Vai por mim)



Não estou com grande disposição
P'ra outra enorme discussão
Tu dizes que agora é de vez
Fico a pensar nos porquês
Nós ambos temos opiniões
Fraquezas nos corações
As lágrimas cheias de sal
Não lavam o nosso mal

E eu só quero ver-te rir feliz
Dar cambalhotas no lençol
Mas torces o nariz e lá se vai o sol

Dizes vermelho, respondo azul
Se vou para norte, vais para sul
Mas tenho de te convencer
Que, às vezes, também posso...

Ter razão!
Também mereço ter razão
Vai por mim
Sou capaz de te mostrar a luz
E depois regressamos os dois
À escuridão

Se eu telefono, estás a falar
Ou pensas que é p'ra resmungar
Mas quando queres saber de mim
Transformas-te em querubim
Quero ir para a cama e tu queres sair
Se quero beijos, queres dormir
Se te apetece conversar
Estou numa de meditar

E tu só queres ver-me rir feliz
Dar cambalhotas no lençol
Mas torço o meu nariz e lá se vai o sol

Dizes que sou chato e rezingão
Se digo sim, tu dizes não
Como é que te vou convencer
Que, às vezes, também podes...

(escuridão)

Ter razão!
Também mereces ter razão
Vai por mim
És capaz de me mostrar a luz
E depois regressamos os dois
À escuridão

Atenção!
Os dois podemos ter razão
Vai por mim
Há momentos em que se faz luz
E depois regressamos os dois
À escuridão

Jorge Palma

escuridão , vai por mim.....



Preciso habituar-me a.......

Coração sem imagens



Deito fora as imagens,
Sem ti para que me servem
as imagens?

Preciso habituar-me
a substituir-te
pelo vento,
que está em toda a parte
e cuja direcção
é igualmente passageira
e verídica.

Preciso habituar-me ao eco dos teus passos
numa casa deserta,
ao trémulo vigor de todos os teus gestos
invisíveis,
à canção que tu cantas e que mais ninguém ouve
a não ser eu.

Serei feliz sem as imagens.
As imagens não dão
felicidade a ninguém.

Era mais difícil perder-te,
e, no entanto, perdi-te.

Era mais difícil inventar-te,
e eu te inventei.

Posso passar sem as imagens
assim como posso
passar sem ti.

E hei-de ser feliz ainda que
isso não seja ser feliz.

Raul de Carvalho

Foto:Paul Dzik

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Boas Festas a todos...

Aos cibernautas que passam por aqui , um Bom Natal de 201o , entre muitos ;

S.Paulo, Rio de Janeiro, Jundaí , Joinville , São Vicente , Guarulha ,

Guimaraes , Porto , Lisboa , Coimbra , Fundão , Castelo Branco , Ladredas

Halmstad/Sweden

Spain

Germany , etc.

DESEO.......




Deseo

Dulce Maria Loynaz

Que la vida no vaya más allá de tus brazos.
Que yo pueda caber con mi verso en tus brazos,
que tus brazos me ciñan entera y temblorosa
sin que afuera se queden ni mi sol ni mi sombra.
Que me sean tus brazos horizonte y camino,
camino breve, y único horizonte de carne;
que la vida no vaya más allá... ¡Que la muerte
se parezca a esta muerte caliente de tus brazos!...

Desejo

Que a vida não vá mais além de teus braços.
Que eu possa me encaixar com meu poema em teus braços,
Que teus braços me abarquem inteiro e tremendo
Sem que lá fora caíam meu sol e minha sombra.
Que sejam os teus braços horizonte e caminho
Caminho breve, e único horizonte de carne;
Que a vida não vá mais além ... Que a morte
Se pareça com esta morte calorosa de teus braços! ...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

e tu vieste abrir...

Príncipe



Príncipe:
Era de noite quando eu bati à tua porta
e na escuridão da tua casa tu vieste abrir
e não me conheceste.
Era de noite
são mil e umas
as noites em que bato à tua porta
e tu vens abrir
e não me reconheces
porque eu jamais bato à tua porta.
Contudo
quando eu batia à tua porta
e tu vieste abrir
os teus olhos de repente
viram-me
pela primeira vez
como sempre de cada vez é a primeira
a derradeira
instância do momento de eu surgir
e tu veres-me.
Era de noite quando eu bati à tua porta
e tu vieste abrir
e viste-me
como um náufrago sussurrando qualquer coisa
que ninguém compreendeu.
Mas era de noite
e por isso
tu soubeste que era eu
e vieste abrir-te
na escuridão da tua casa.
Ah era de noite
e de súbito tudo era apenas
lábios pálpebras intumescências
cobrindo o corpo de flutuantes volteios
de palpitações trémulas adejando pelo rosto.
Beijava os teus olhos por dentro
beijava os teus olhos pensados
beijava-te pensando
e estendia a mão sobre o meu pensamento
corria para ti
minha praia jamais alcançada
impossibilidade desejada
de apenas poder pensar-te.

São mil e umas
as noites em que não bato à tua porta
e vens abrir-me.

Ana Hatherly

Imagem retirada do Google

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

..dedicatoria para......


Este meu livro é todo teu, repara
que ele traduz em sua humilde glória
verso por verso, a estranha trajetória
desta nossa afeição ciumenta e rara!


Beijos! Saudades! Sonhos! Nem notara
tanta cousa afinal na nossa história...
E este verso – é a feliz dedicatória...
onde a minha alma inteira se declara...


Abre este livro... E encontrarás então
teu coração, de amor, rindo e cantando,
cantando e rindo com o meu coração...


E se o leres mais alto, quando a sós,
é como se estivesses me escutando
falar de amor com a tua própria voz!


JG DE ARAÚJO JORGE

..soneto da saudade....


Quando sentires a saudade retroar
Fecha os teus olhos e verás o meu sorriso.
E ternamente te direi a sussurrar:
O nosso amor a cada instante está mais vivo!

Quem sabe ainda vibrará em teus ouvidos
Uma voz macia a recitar muitos poemas...
E a te expressar que este amor em nós ungindo
Suportará toda distância sem problemas...

Quiçá, teus lábios sentirão um beijo leve
Como uma pluma a flutuar por sobre a neve,
Como uma gota de orvalho indo ao chão.
Lembrar-te-ás toda ternura que expressamos,
Sempre que juntos, a emoção que partilhamos...
Nem a distância apaga a chama da paixão.


Guimarães Rosa

domingo, 5 de dezembro de 2010

..sadismo correcto..........





Sim, eu gostaria de te amarrar,
Porém, não com cordas que são duras.
Quero te amarrar com a minha ternura,
Com as carícias que prendem
Por saberes que amor assim jamais terás.
Quero te amarrar com os laços fortes
Dos meus abraços mais calorosos
E com a dança dos desejos mais fogosos
Que só com meus ardentes beijos sentirás.
Quero te amarrar deixando-te
Tão solta
Que o meu sadismo será beijar tua boca
Impedindo que me peças muitos beijos mais!

sábado, 4 de dezembro de 2010

..desejo.....




DESEO INFINITO

Otoniel Guevara

La última vez que toque su mano
fue con mis besos

La última vez que besé su pelo
fue con el viento

La última vez que pronuncie su nombre
me respondió el silencio.

Desejo infinito

A última vez que toquei tua mão
foi com meus beijos

A última vez que beijei seus cabelos
foi com o vento

A última vez que chamei teu nome
só me respondeu o silêncio.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

...Jamais......




A MANERA DE CONSEJO

José Antonio Funes

Nunca dediques poema a mujer alguna.
Los amores posan y luego pasan
ante la cámara absurda de la vida,
mientras los versos avergonzados quedan,
heridos en su honor
de ver a la ingrata que se va con otro,
o se adentra para siempre en la niebla del nunca más.
Piensa en la lluvia
y su vieja canción sobre los techos,
en el mar que guarda un cofre de versos a cada poeta,
en el viento viajero que sabe bien de faldas y sus secretos.
Nunca dediques poema a mujer alguna.
Mejor díselo al oído,
en esa intimidad
donde la poesía es una caricia inédita,
el bálsamo que alivia todos los dolores del mundo.

A maneira de conselho

Nunca dediques poema a mulher alguma.
Os amores pousam e logo passam
Diante da câmara absurda da vida,
Ainda que os versos envergonhados fiquem,
Feridos em sua honra,
Ao ver a ingrata que se vai com outro,
Ou se perde para sempre na nevoa do nunca mais.
Pensa na chuva
E sua velha canção sobre os telhados,
No mar que guarda um cofre de versos para cada poeta,
No vento viajante que sabe bem das curvas e seus segredos.
Nunca dediques poema a mulher alguma.
Melhor dizê-lo ao ouvid,
Nesta intimidade
Onde a poesia é uma carícia inédita,
O balsamo que alivia todas as dores do mundo.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

..será mesmo assim....hum ????

no seguimento da música ....imagens , para desanuviar o stress...

.........O Paladar?..........................O Olfacto?................A Audição ?
....O Tacto?.................A Visão?............ou O Sexto Sentido?

..BIg KISS.......

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

continuando na mudança ( nem só poesia...) um pouco de " erotismo "

..com amor para todos os " comentarios " neste blog...

as palavras interditas......

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiev4A_LiBnJAoC2XrXD-LJmjGgjTTETvkXASpSp9rJOpDlAFIUlStRi0KttzJAUoVfG7htnDdTSGmKB1ZyP8oXHWJHjqA7odxillcZayoRcMlmgmCWoY8XmcJscZkHgno_6popcBd4qN8/s1600/desejo.jpg


Os navios existem e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.

Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.

Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te... E abrem-se janelas
mostrando a brancura das cortinas.

As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas minhas curvas claras.

Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
e estas mãos noturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens vivas, desenhadas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.


Eugénio de Andrade