Amor que Morre
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!
Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...
Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.
E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!
Florbela Espanca
Biografia de Florbela Espanca
Florbela Espanca (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa, autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Foi uma das primeiras feministas de Portugal.
Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor emocional, onde o sofrimento, a solidão, e o desencanto estão aliados ao desejo de ser feliz.
Florbela Espanca, nome literário de Florbela da Alma da Conceição, nasceu em Vila Viçosa, no Alentejo, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1894.
Era filha de Antônia da Conceição Lobo e de João Maria Espanca, que era casado com Mariana do Carmo Toscano, mas não tinha filhos.
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