É pouco o que te der
É pouco o que te der. É sempre pouco.
Há sempre uma palavra, há sempre um gesto,
há sempre um nome em falta. Há sempre o resto.
Por isso o que te der é sempre pouco.
Às vezes imagino que o teu nome
é feito dos silêncios da floresta.
Às vezes adormeço: é sempre o que me resta
nos dias em que o mar traz o teu nome.
Assim pudesse dar-te o que é do mundo:
navios, uma estrela, nebulosas
planetárias. Ou transformar em rosas
a luz das supernovas que há no mundo.
Assim pudesse dar-te a vida toda
e mais ainda. O resto que se foda.
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