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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Pablo Neruda

 POESIA

Dois Amantes
Tu eras também uma pequena folha...
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tantas vezes enquanto vivem,
são eternos como é a Natureza.
Pablo Neruda




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