Contrição
Que importa que todos me esqueçam
mesmo sem querer?
Que importa que a humanidade não exista
e apenas haja homens
embora vivendo, nascendo, morrendo, semelhantemente?
Se os homens são tantos que, procurando bem, sempre se encontram mais alguns;
se são tão frágeis que mal podem cair;
e se eu sou tão desgraçado, tão ímpar, tão mental,
que tenho de voluntariamente
desejar amá-los.
Jorge de Sena.
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