bonança...
Já passou, meu amor, a tempestade
ficando somente o eco de um trovão
e as palavras de aresta que provámos
muito embora iludidas no desvão
do sótão da memória, na turgidez da cave
descendo no amparo do corrimão
para chegar ao fundo da saudade
no lírio breve do nó da tua mão
Ao longe já fugia o temporal
a chuva num sussurro rente ao chão
resfolgando na estranheza que se evade
Lá fora havia ainda a ventania
a lividez da Lua, o desconcerto
as estâncias saqueadas da poesia
Maria Teresa Horta
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