Outro poema de Tomás Segovia
Tomás Segovia
Y sin embargo, a veces, todavía,
así de pronto, cuando te estoy viendo,
vuelvo a verte como antes, y me enciendo
del mismo modo inútil que solía.
Y me pongo a soñar en pleno día,
y reprocho al destino, corrigiendo,
como los locos, lo que fue; y no entiendo
cómo no pude nunca hacerte mía.
E imagino que anoche me colmaste
de placeres sin nombre, y que esa chispa
perversa y de ternura en tu mirada
prueba que lo otro es nada -que gozaste,
que a ti también este limbo te crispa,
¡que al fin te di el orgasmo!- y lo otro es nada.
E SEM EMBARGO, ÀS VEZES, TODAVIA ...
E sem embargo, às vezes, todavia,
assim de pronto, quando te estou vendo,
volto a te ver como antes, e me acendo
do mesmo modo inútil que fazia.
E me ponho a sonhar em pleno dia,
e reprovo ao destino, corrigindo,
como os loucos, o que fui; e não entendo
Como não pude nunca fazer-te minha?
E imagino que de noite me preenches
de prazeres sem nome, e que esta faísca
perversa e de ternura em tua olhada
prova que o outro é nada - que gozastes,
que a ti também este limbo te crispa,
que, no fim, te dei um orgasmo! e o outro é nada.
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