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terça-feira, 17 de dezembro de 2019

MARIA TERESA HORTA







POESIA
JOELHO
Ponho um beijo
demorado
no topo do teu joelho

Desço-te a perna
arrastando
a saliva pelo meio

Onde a língua
segue o trilho
até onde vai o beijo

Não há nada
que disfarce
de ti aquilo que vejo

Em torno um mar
tão revolto
no cume o cimo do tempo

E os lençóis desalinhados
como se fosse
de vento

Volto então ao teu
joelho
entreabrindo-te as pernas

Deixando a boca
faminta
seguir o desejo nelas

MARIA TERESA HORTA
in SÓ DE AMOR (Quetzal, 1999), in POESIA REUNIDA (D. Quixote, 2009)

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